Assim que abri meus olhos pela primeira vez na última sexta-feira, bem cedinho, lembrei-me: é hoje! Não gritei de felicidade, nem saí saltitante. Pelo contrário. Cobri a cabeça e fiquei um pouco mais no morno aconchego da minha cama. Juro que pensei em ficar lá até chegar segunda-feira.
Mas o jeito foi encarar. O dia prometia ser uma maratona, na verdade, quem assumiu tudo foi o Fê, eu só tinha que trabalhar (aff) e depois ir ao salão (eu quase nunca vou ao cabeleireiro, acho q dá pra perceber fácil... rs).
Penteada, maquiada, vestida, calçada e perfumada, lá estava eu na porta do Sesc. Detalhe: ao invés de bolsa eu carregava um imenso frio na barriga. Acho que nem quando fui parir meus filhos foi tão grande. O conforto veio na carinha feliz de cada amigo que fui encontrando pelo caminho, todos radiantes, felizes pela estréia do filme. Fiquei mais confiante.
E as luzes, enfim, se apagaram. Meu coração parecia querer saltar do meu peito. Apertei a mão do Fê, tentei não ouvir o silêncio que se fazia ao meu redor. Ainda fico arrepiada ao lembrar.
Aquelas cenas, antes tão familiares, agora pareciam estranhas. Não pareciam ter saltado de um papel que recebera letras através de meus dedos que receberam comandos ditados por meu cérebro. Tudo novo e imenso.
Criador X Criatura.
Foram os vinte minutos mais longos da minha vida. Comprovei na pele a veracidade desse clichê. Mas o pior foi quando o filme acabou. Subiram os créditos. Dois eternos minutos de créditos... ... ... .... .... .... .... Silêncio... ... ... ... ... ... ... Silêncio... ... ... ... ... ... ... Fim.
E palmas! Muitas palmas! Entusiasmadas!
Não senti meus pés enquanto subia ao palco. Um leve torpor adormecia minha pele. Energia pura.
O Hunfrey foi o primeiro a falar e, muito emocionado, não pôde segurar as lágrimas. Ficou com vergonha, achou que pagou mico e tudo, mas eu achei lindo. Tão sensível quanto sua interpretação no curta. O Leandro chamou toda a equipe ao palco, eu apresentei um por um. Agradecemos muito por tudo.
As pessoas que quiseram falar apenas nos parabenizaram. Eu estava preparada para receber críticas, mas ninguém quis se manifestar. O que eu desejava desde o início aconteceu: independente se o teor do filme é bom ou não, as pessoas entenderam que buscamos qualidade no processo e nos empenhamos muito para isso.
E o Sesc, representado pela queridíssima Carina, ainda nos ofereceu um coquetel maravilhoso. Foi uma noite memorável para todos nós da equipe.
Agora estou eu aqui, lembrando disso tudo, rememorando as risadas, os medos, as dificuldades e as alegrias que esse filme me trouxe. Eu poderia ter feito isso tudo calada, mas preferi escancarar e arriscar uma carreira meteórica: a de um filme só. Porque se desse tudo errado... Era uma vez a diretora Bia... rsrsrs.
Mas deu tudo certo e estou orgulhosa do trabalho que fizemos. Já vejo erros e coisas que poderão ser melhores em trabalhos futuros, mas isso será fruto da experiência que ganhamos com esse curta.
“A Caminho do Céu” ficará na nossa história. Para sempre.
Beijos em todos os coraçõezinhos (agora mais calmos) dessa equipe maravilhosa e de todos aqueles que nos prestigiaram no lançamento. Muito obrigada.
Bia
P.S.: Ainda estou esperando as fotos do lançamento para postar aqui!
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