quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fotos by Flávia Carvalho






















As locações - primeira parte



Encontrar uma boa locação não é tarefa fácil. No caso de “A Caminho do Céu”, a escolha pela locação ideal teve como primeiro critério o fator financeiro. Fazer um filme tendo um belo orçamento disponível já não é moleza. Fazer um filme sem ter nenhum orçamento disponível é uma missão suicida. Nem preciso dizer que não tínhamos um centavo sequer para começar e, mesmo assim, estamos caminhando. E a passos largos.
Diante disso tudo, pensei nas cidades localizadas nos arredores de Rio Preto. Minha primeira opção foi Ipiguá. Pertinho daqui (acho que uns 10 km), pequenininha, bem interiorana mesmo, tudo o que eu precisava. Mas o êxtase foi quando entrei na igreja matriz: fiquei apaixonada pelo que vi. Tem vitrais, pinturas maravilhosas, imagens por todos os lados, sino e até um mezanino, que vai nos proporcionar boas tomadas. Logo encontrei a casa do padre e lá fui eu, com essa cara de pau que Deus me deu, pedir permissão pra filmar na igreja. E de pronto ele concedeu.

Na segunda visita fomos em equipe: Hunfrey, Leandro, Flavia, Paty e eu. Todos adoraram a praça e a igreja, não tivemos dúvida alguma sobre essa locação. Ela se encaixa perfeitamente em tudo o que o roteiro pede.

A conversa com o padre José Vinci dessa vez foi mais longa. Ele nos deu uma aula sobre religião, sobre os rumos que a igreja vem tomando e sobre cultura geral. Babamos, literalmente, o ouvindo falar. Para quem pensa que padre é um sujeito chato e carola, que só sabe abençoar e dar bronca, precisa conhecer o Pe. José Vinci. Se você não tem religião, meu amigo, uma simples conversa com ele vai te fazer mudar de opinião. Ele tem uma alegria contagiante e uma cabeça surpreendente.

A outra locação fundamental era o canavial. A cidade é rodeada por plantações e não foi muito difícil encontrar um lugar adequado. Sinceramente, ainda não é exatamente o que eu queria, mas alguns ajustes na pós-produção vão deixá-lo mais parecido com aquilo que imaginei desde o começo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O início de tudo

Um sonho. Essa poderia ser uma definição para o projeto que estou encabeçando, mas ele é muito maior do que um simples sonho. É um ideal de vida, um caminho a ser trilhado, uma nova janela para o futuro. “A Caminho do Céu” é um divisor de águas em minha vida.
Esse blog vai descrever as flores que eu colher por essa estrada e também as pedras que me fizerem tropeçar. Ele será mais que um diário de produção, será um registro fiel da longa caminhada entre a idealização de um filme e sua concretização nas telas.
Tudo começou com a produção do curta “Precaução e Canja de Galinha”, em dezembro de 2007. Pronto! O bichinho do cinema havia me picado... Daí pra frente foram livros e mais livros sobre roteiros e depois sobre direção. Se antes eu já era uma cinéfila de carteirinha, dobrei a quantidade de filmes assistidos, vendo, ainda com mais atenção ainda, todos os making off.
O roteiro do curta “A Caminho do Céu” nasceu de um conto que escrevi em 2006 e publiquei no site http://www.anjosdeprata.com.br/ . Ano passado, reli o texto sem pretensão e, desde então, passei a imaginá-lo, ou seja, pensar nele através de imagens. O filme estava nascendo. Até pensei que era alguma neura... Não conseguia tira-lo da cabeça! Hoje sei que muitos roteiristas são assim e, para falar a verdade, fico até feliz com esse meu modo de parir um filme... rsrsrs
Pensei nele por uns seis meses. Cena a cena, fala a fala, gesto a gesto. Há dois meses resolvi que era hora de vê-lo tomar forma de filme e a primeira etapa foi escrever o roteiro. Confesso que não senti muita dificuldade. As primeiras linhas enroscaram um pouco, mas depois da primeira fala deslanchei e só percebi quando coloquei o último ponto final. Nem reli o texto no mesmo dia. Foram quatro horas escrevendo sem parar.
Aproveitando o ímpeto de coragem, no dia seguinte levei para meu amigo e professor de fotografia, Hunfrey Borges, dar uma olhada.

- Quem vai fazer o protagonista? – ele me perguntou.
- Pensei em você. – respondi um tanto temerosa.
Ele deu uma levantada de sobrancelha e levou o roteiro consigo. No dia seguinte ele me abordou.

- Quando podemos começar a produzir?

Nem acreditei quando ele me disse que tinha gostado muito da estória. Foi um alento para o meu coraçãozinho inseguro. Na mesma semana nos encontramos na faculdade e discutimos as cenas, ele dando sugestões, indicando caminhos que poderiam ter um melhor resultado. Modificações feitas era hora de convidar o pessoal que formaria a equipe.

A equipe de produção

Foi uma grata surpresa a cada convite aceito. De profissionais conceituados no mercado a estudantes da área de comunicação, agregamos muitos valores a esse projeto. O melhor de tudo é a empolgação de cada um. Todos trazem sugestões, questionam, argumentam... Sinto-me revigorada depois de nossos encontros.


Nossa equipe hoje está assim:

Eu – Diretora / Produtora Executiva
Hunfrey Borges – Assistente de direção
Leandro Marcondelli – Diretor de Fotografia
Fernando “Macaco” – 1º Assistente de Fotografia
Thais Paim – Equipe de Fotografia
Emerson Torres - Equipe de Fotografia
Flavia Carvalho – Figurino / Cabelo / Maquiagem / Fotos divulgação
Valmir Mandeli – Assistente de Figurino
Gianda de Oliveira - Continuidade
Gleisson Andrade – Edição
Valquíria Menezes – Diretora de Platô / Produção
Rafael Gorayeb - Produção
Karol Granchi – Produção
Ney Catharino - Produção
Odaval Pereira – Diretor de Arte
Eduardo de Oliveira “Cabelo” – Assistente da Direção de Arte
Alexandre Bordon – Making off
Grazielly Campos – Assessoria de Imprensa
Paula Fernanda – Arte Publicitária

E ainda tem mais duas ou três pessoas que, infelizmente, não anotei os nomes. Eles vão brigar comigo, mas aí eu pergunto os nomes e coloco aqui...hehehe.

Elenco:

Hunfrey Borges
Karen Temnyk
Carla Moraes
Ermínia Silva
René Silva
Ney Catharino

O roteiro pode ser meu, mas o filme será de todos nós. Sem o apoio do Hunfrey, o brilho nos olhos da Flavinha quando fala do figurino, as idéias adoravelmente malucas do Leandro e toda a animação da equipe nada disso seria possível.
Todos, sem exceção, estão demonstrando muita garra. E isso me fortalece diante de qualquer dificuldade.
* A foto é de uma das locações do filme.