quinta-feira, 30 de julho de 2009

Entrevista Canal 15

Hoje participei de um bate-papo gostoso com a apresentadora do programa "Feminina", Luciana Curtiss. O programa faz parte da grade do canal 15, Camera Set, e dá ênfase ao que acontece aqui na nossa região. Minha entrevista entrará no quadro "Pessoas que fazem a diferença". Conversamos sobre o filme, projetos, minha atuação como diretora, realização de sonhos... Enfim, muitas coisas que todos poderão ver quando o programa for ao ar. Assim que eu souber a data informo aqui no blog.
Desde já, agradeço à produção do programa que me recebeu muito bem, às estagiárias Amanda Marchini e Gisele Martello (minhas colegas de faculdade!), à Luciana Curtiss (que é um doce de pessoa), e à Gianda que conseguiu mais esse espaço. Essas mulheres é que fazem a diferença!
Abaixo, mais alguns emails da turminha de arteiros que compõe a equipe do filme "A Caminho do Céu". Não dá para não publicar... Peço sempre que eles coloquem nos comentários, mas os teimosos insistem em enviar por email... rsrsrs... Aí, eu coloco aqui! Podem brigar comigo, agora já coloquei mesmo... rsrs
"Pessoal, fala aí: que surreal as gravações de ontem, não? Aquele hotel mal assombrado! É quase a origem de uma história de terror: uma turma de cineastas vão gravar algumas cenas de um filme num hotel velho, repentinamente alguns integrantes da equipe começam a ver vultos, passam a imaginar coisas, o dono do hotel fala que realmente acontecem coisas estranhas lá dentro e, por fim, muita coisa sinistra acontece. Ainda bem que nada de sinistro aconteceu, não?, mas aquele hotel é muito show! Aquela entrada, aquele elevador, aquela sala circular (já pensou se tivesse um carrossel ali, com cavalos subindo e descendo e uma música de parque de diversão embrenhando o lugar? Aposto que no passado tinha um), aqueles corredores, os quartos... os telefones vermelhos... Não tenho certeza se estávamos num lugar normal, alguém tem? Hehe...
Viu o que dá gravar? Não teve um único dia de gravação que eu participei que não teve alguma coisa estranha, alguma coisa incrível, conheci tantos lugares incríveis, tantas coisas aconteceram! É por isso que eu adoro gravar, participar das filmagens, sem falar na turma toda! Nas pessoas que eu conheci, são todas muito d+! Aposto que está todo mundo curtindo, não?, mesmo que canse um pouco, um monte de coisa nova acontece! Por isso, estou dentro de tudo!
Estou muito ansioso para ver esse filme pronto! Cada dia que passa, tudo parece se encaixar, esse quebra-cabeça (e quebra mesmo, não é, Bia?) vai se encaixando cada vez mais, vai virando, vai acontecendo e vai se formando! No final vamos ter um filme! Estou empolgado!

Ah, e o pessoal ontem me cobrou uma coisa, fiquei devendo para todos a minha crônica (ou vai saber o que é aquilo) Invisível o pessoal está cogitando uma adaptação... Para quem ainda não leu o texto, vou colocar aqui, e quem quiser ler no meu blog, também pode, o blog é
http://bardorafa.wordpress.com. Estava pensando em passar os meus contos para vocês; como eles são compridos, não consigo colocar no blog, mas posso passar em PDF para quem quiser. Quem quiser, me manda um e-mail, assim eu monto uma lista de e-mails e envio sempre que tiver um pronto.

Abração do Rafa Airovski!"
Assistente de Fotografia
- - - -

"Gravações no hotel São Paulo,

Muito bem pessoal, parabéns a todos, podemos dizer que temos experiência no quesito produção de curta-metragem, rsrsrs, vi que todos se empenharam neste último final de semana, apesar de ser um pouco apertadinho, mas tudo bem, houve um revezamento pra ver/assistir o Genaro quebrar o quarto todo, apesar que eu mesmo não presenciei, mas tudo bem, vou deixar para assistir numa tela grande, rsrsrs. Mesmo assim creio que a coisa fluiu muito bem, ganhamos até uns aparelhos telefônicos de brinde, e vermelhos, rsrsrs (ohh, o vermelho que aparece do nada e entra em cena), e somando este e outros detalhes vi em algumas partes que as cenas ficaram muito boas, o trabalho de equipe foi essencial, e o Hunfrey estava muito bem concentrado. Também vi que a fotografia ficou excelente, o quarto da locação foi perfeito e contribuiu para ajustar todos os enquadramentos, bem, isso deixa pro Leandro, rsrsrs.
Nossa diretora Bia Lelles estava confiante, acho que pelo fato de ver tanta gente tão próxima, rsrsrsrs.
Enfim, todos esses dias tomando 89 copos de café, e 158 copos de água por dia, este humilde escrevedor tinha que escrever um pouco sobre o curta e parar de tomar tanto café e água., rsrsrs, para diminuir a ansiedade de chegar logo o fim de semana, rsrsrs.

Abraços a todos e vamos em frente."

Daval
Diretor de Arte
- - - -
"Bom, Galera .. pelo meu pouquisimo pequenino tempo ... apenas digo que amo muito tudo isso ...óóó q SLOGAN hemmmm ...rs ....... bom toda equipe está de parabens ...... ao mesmo tempo q nao vejo a hora de tudo chegar ao fim, pq sera um novo começo, a estreia de um curta, gostaria que nao termisse... o que sera de minha vida depois ??? ........ !!! rs .... então até a proxima, que tudo somente melhore !!! ... GI fico feliz pelo contato com as TV's ... abraço e beijos a todos !!!"
Eduardo "Cabelo"
Assistente de Fotografia
- - - -
"que lindoooooooooooooooooooooo..tudooo!!!!! Rafa e Daval, adorei o email de vcs!!! =DGianda...mtooooooooo legal a iniciativa da entrevista!!!!!!!Biaaa...agora sou um anjo da guarda hehehehe que lindooooooo adoreii!!!to aqui pra ajudarrr e naada de ficar famosa e nao me dar um autografo hein??? ahusahusaaaa..as fotos do helio estão lindas neh??? estou tao feliz, e como disse o cabelo, ao mesmo tempo q quero ver o trabalho concluso, nao queria que acabasse!!! ai...acho q no fim vou chorar ¬¬ beijooooooo para todos"
Valquiria Menezes
Diretora de Platô
- - - -
"Estamos na reta final desse nosso projeto ... A cada dia que passa, a ansiedade aumenta... e a "fome" de ver esse trabalho concluido, nos devora!
Passamos frio ... calor ... medo ... ficamos sem tomar banho (rs) ... Mas tudo isso só nos fortalece e nos torna a cada dia mais unidos (Afinal, amigo é pra essas coisas).

A cada gravaçãoo, alguma coisa nos surpreende ... Nesse ultimo domingoo, "desenterramos" 40 telefones vermelhos, rsrs
A equipe toda com um na mão ... Telefones que eu não via há muitoooo tempo, e olha que eu nem sou tãoo velha assim kkkk

O mais legal de tudo isso, é que sempre aprendemos algo a mais... No Hotel por exemplo, aprendemos a saciar a fome com pipoca doce e salgadinhoo de isopor.. Nunca esteve tão bom aquele lanchinho!!!

Mas é isso aii pessoal, estamos a um passo do céuu ... e logo logo, chegaremos ao paraíso !

Deixoo algumas fotinhas minhas tb ^^

e no meu blog, tenho postado sempre algo sobre o projeto :
http://monaluizon.wordpress.com/

Um beijoo, e até a próxima !"
Mona Luizon
Maquiadora

- - - -

"Poxa galera, posso dizer que está sendo muito divertido estar com vocês ... Fora estar desenvolvendo um trabalho de alto padrão, certo??.
Estou muito contente pelas pessoas que conheci, pelos momentos legais, pela junção de idéias, pelo introsamento, pelo troca de conhecimento e por um sonho que está vindo a se concretizar, fazer cinema."

Alexandre Bordon

Making off




quarta-feira, 29 de julho de 2009

Paixão Maluca


Eles são malucos. Adoráveis também, inteligentes, competentes, profissionais, mas sempre malucos.

Não acordam muito cedo, é verdade, mas só vão dormir depois de muito trabalho.

Dormem no chão, no frio, até a igreja já virou quarto e os bancos a cama para acomodar alguns deles.

Mágicos e ilusionistas são capazes de transformar a escuridão da noite e em amanhecer do dia. Se for necessário, também podem encher um quarto escuro de hotel com os raios mais fortes do sol.

Só mesmo gente muito doida consegue fazer isso.

São fortes também, carregam toneladas de peso, pra lá e pra cá, sobem e descem, arrumam tudo, ajeitam aqui e ali e desarrumam tudo só para arrumarem de novo em outro canto. E assim vai, e assim não param.

Dizem que é o amor pela arte, pelo cinema. Não se entende muito bem essas coisas, mas até faz um pouco de sentido. Afinal, é assim que ficam as pessoas apaixonadas não é? Se empenham tanto para ver um simples e belo sorriso. Eles também, trabalham duro, horas e horas para filmar apenas alguns segundos de uma cena, um olhar, uma emoção.

Só pode ser coisa de maluco mesmo.

O engraçado é que quando tudo termina se sentem os mais felizes do mundo, com prazer na alma, no coração. Querendo mais, mesmo sem ganhar, financeiramente é bom ser dito, porque todos compartilham juntos da mesma experiência, da mesma sintonia e harmonia e de como estão sendo enriquecidos com conhecimento, aprendizado, trabalho em equipe e por que não, amizade...

É aquela sensação boa no peito, como quem constrói e realiza um sonho, conclui uma obra, compõe uma linda canção.

É verdade.

No campo da arte, do imaginário e da imaginação, do subconsciente e do subjetivo nada é produzido pra ninguém. Há de haver sempre um, no mínimo, pra se comunicar e interagir. E essa vontade de produzir, se doar e ser acrescentado é o que deve motivar esse grupo de malucos a se unir e se reunir pra juntos percorrerrem um caminho que vai além do que se possa imaginar.

São malucos então?


Gianda Oliveira


*A Gianda acumula as funções de continuinista e "claqueteira" (mais fashion da história do cinema, diga-se de passagem) em nosso filme.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O brilho das garras


Eu acreditava que não me emocionaria mais com a magia do cinema por estar trabalhando atrás das câmeras. Pensava que seria mais ou menos igual quando era criança e desmontava os brinquedos para ver o que tinha dentro; ou quando deixei de acreditar no papai Noel depois de ter descoberto que sua barba era falsa... Ledo engano. A magia que envolve o cinema é muito maior que tudo isso, muito mais forte do que se possa imaginar! Mesmo criando uma história, escrevendo um roteiro e conduzindo a transformação dessas linhas em imagem e som, ainda venho me emocionando a cada novo dia de filmagem. É incrível como a história ganha vida própria na tela! Por mais que eu tenha feito à marcação da cena e escrito o diálogo, não reconheço o que vejo na tela do meu retorno... Surpreendo-me (ainda que saiba exatamente o que vai acontecer), me emociono, me alegro por ver a amplitude daquele momento.


Escritores, de um modo geral, não podem ser egoístas com suas histórias. Cada um que lê cria algo diferenciado, enxerga um detalhe que o próprio criador não viu... Quem escreve para cinema, então, é desafiado de forma ainda mais assustadora. Assim que o cenário é montado, que os atores estão caracterizados, que a luz natural foi modificada para a cena, a criatura-história mostra suas garras. Ela afia as unhas e desafia o escritor para um duelo. Eu me rendo a sua imponente vontade... E deixo que tome seus rumos caminhando pelas estradas que criei, para depois me ver sorrindo (e com olhos marejados) no reflexo da tela do meu monitor.

Essa magia esteve presente o tempo todo no Hotel São Paulo neste último final de semana, quando gravamos duas cenas do filme. E, talvez por se tratar de um prédio antigo, de belíssima arquitetura, voltei de lá trazendo uma melancolia gostosa, uma saudade de algo que nunca tive. Então, percebi que era saudade da minha história, pois ela simplesmente se foi, pegou as rédeas de seu destino. E cresceu diante de meus olhos imaturos...

O mais surpreendente neste momento, para mim, é que esse sentimento está se transformando em algo reconfortante, parecido com dever cumprido. Meu dever não está nem perto de estar cumprido, mas já consigo visualizar uma pontinha de satisfação pelo trabalho feito até agora.

As cenas feitas no hotel eram cheias de detalhes e isso nos atrasou um pouco. Hunfrey e eu estávamos mais preocupados com a segunda cena a ser gravada, pois ela dependia exclusivamente da atuação dele e trazia uma carga dramática muito grande. Tive que segurar as lágrimas no final, ao me deparar novamente com um mesmo fato: não havia um ator interpretando um personagem ali naquele quarto, mas sim uma outra pessoa expondo seu drama, num momento real de sua vida. Era a criatura-história que havia abraçado com suas garras afiadas meu amigo Hunfrey. Fui solidária a ele, pois estava sentindo aquela mesma dor... E ele foi brilhante entregando sua alma a ela! Sem medo algum, sem titubear... Expelindo a magia por todos seus poros!

Ontem a diretora que habita meu ser estava tranqüila (e tem ficado mais e mais a cada novo dia de filmagem), mas a escritora se mantinha impaciente. Isso porque a escritora não tem mais seu rebento para cuidar, ele cresceu e cortou seus laços. Daí, um certo comichão passou a incomodá-la... E, hoje, naturalmente outra história começou a germinar...

Um beijo no coração de cada maravilhoso colega de equipe!

Bia

Mais olhares... Hélio Tuzzi






















segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nossa meteória (ou quase) passagem por Ipiguá



Como prometi, aqui estou eu para relatar os acontecimentos do último final de semana. Desta vez, após muitas súplicas e juras de morte, São Pedro segurou a chuva e nos mandou um sol esplendoroso. Na verdade, tanto sol até nos atrapalhou um pouco (que São Pedro não leia isso... será que no céu tem internet?), pois tivemos que refazer uma cena devido à intensidade da luz. Mas nem dá para considerar isso como um problema... O negócio foi amarrar uma faixa de dois metros entre dois coqueiros plantados a quase dez metros um do outro! Por sorte temos o Macaco! Ele subiu no coqueiro com a facilidade nata dos símios... rsrsrs....
E como já era previsto essa semana a interação da equipe foi bem maior. Aquele estresse do início diminuiu bastante e só o fato de não ter chuva e nem frio contribuiu muito para o trabalho fluir.
No sábado, gravamos a cena da chegada do personagem principal à cidade. Foi uma loucura! Gravamos dentro de um ônibus que a prefeitura de Ipiguá gentilmente nos cedeu. Alguns moradores se ofereceram como figurantes e lá fomos nós, estrada a fora! Confesso que me perdi por um momento na direção e aprendi mais uma coisa: atores e figurantes são criaturas completamente diferentes! Parece claro, não é? Mas se você é um diretor estreante como eu, ou mesmo se pensa em dirigir alguma coisa, algum dia, lembre-se disso. São poucos detalhes que preciso acertar na atuação do elenco do filme, a maior parte das intervenções que faço na cena são referentes à marcação. Acredito (e tenho comprovado essa tese no decorrer das filmagens) que não é preciso ser outra pessoa para atuar. Se o ator entender o personagem em todas suas nuances, ele naturalmente terá as reações necessárias ao momento dramático. E isso fizemos bem durante nossos encontros. Eles entenderam e incorporaram todos os sentimentos que estão implícitos em cada ser que habita o roteiro do filme.
A Carla me disse uma coisa interessante no domingo de manhã, enquanto era maquiada pela Flavinha. “Acordei hoje angustiada pela Ana (Ana é sua personagem). Coitada dessa mulher! Quase chorei pensando no seu sofrimento!”. Isso prova que ela está sentindo a dor de sua personagem, que entendeu os momentos de aflição, absorveu todos os porquês da Ana. Ela não está encarando a personagem como um ser fictício, e sim como uma pessoa de verdade. Fiquei orgulhosa de nós duas! Por ela, que se doou à personagem; por mim, que fiz meu dever direitinho...rs.
Bem, diante disso tudo, falhei com os figurantes. Escolhi duas garotas para contracenar numa cena simplizinha, sem falas, sem maiores problemas. Só esqueci do detalhe que a câmera inibe as pessoas que não estão preparadas para ela e joguei as meninas na fogueira. Dei instruções básicas e liberei o Leandro para gravar. É claro que não deu certo! Elas riram, ficaram tímidas, se atrapalharam até! Depois falei com elas um pouco melhor (apesar de não ser como deveria... agora sei) e a coisa saiu. Mais um aprendizado para essa atrapalhada diretora!
Também descobri que não dá para dirigir sem retorno. Estar com meu monitor ligado é fundamental para que eu me situe na cena. Algumas vezes eu nem peço para ligar, mas ainda que seja uma cena simples, fico perdida sem ele. Mas eu vou aprendendo...
Por volta da meia-noite de sábado começamos a gravar as cenas adicionais na igreja. Faltava pouca coisa, mas era imprescindível que fizéssemos mais alguns takes. Varamos a madrugada gravando e, dessa vez, deu tudo certo.
Já no domingo não conseguimos cumprir o cronograma. Logo pela manhã, muito animados apesar da noite mal dormida (marido, filhos e eu dormimos no chão... alguém pode me doar uma barraca para família, please?), seguimos em direção ao bar. Qual não foi nossa surpresa, quando o proprietário do estabelecimento nos comunicou que não poderíamos gravar, pois o local estava lotado. Voltamos para o QG e ficamos monitorando quando os ilustres freqüentadores do boteco resolvessem desocupar o recinto. Isso aconteceu lá pelo meio-dia... O Ricardo, dono do bar, se saiu muito bem interpretando o dono do bar e o Sr. Serafim, um simpático velhinho que passava por lá, se ofereceu para interpretar um freguês que chega para comprar uma cerveja. De início, o Hunfrey duvidou da interpretação deles, mas fui teimosa e decidi tentar. Deu certo! Fiquei feliz por eles terem ido bem e mais ainda por poder aproveitar o pessoal da cidade para enriquecer o filme. Muito obrigada aos dois!!!
De tarde, tínhamos apenas uma cena para fazer e encerraríamos nossa passagem pela cidade. Só não contávamos com um pequeno “problema”: de vez em quando tem pagode na praça da igreja... E adivinha? Justamente ontem aconteceu o maior rala-coxa em Ipiguá! Por falta de um, dois grupos de pagode estavam tocando na cidade, um na praça e outro no quarteirão seguinte! AFFFFFFFFFFFFFF!!!!!!
Óbvio que não conseguimos gravar. O pessoal do grupo até foi bacana e parou de tocar por um momento, mas aí a música do outro grupo vazava no áudio que estávamos captando e decidimos parar. Resultado? Semana que vem estaremos nós, de novo, na bela Ipiguá!
Ahhh! Mas nem vou reclamar, viu... Deu tudo certo e um atrasinho aqui, outro ali, nem dá para considerar. Estou aprendendo a lidar com imprevistos. Fazer filmes na raça como estamos fazendo é aprendizado para uma vida inteira. Pode acreditar!

O “QG”

Eu não poderia deixar de falar do nosso QG. Pois é, montamos um quartel general no salão paroquial de Ipiguá. Como nosso dinheiro é pouco (muito pouco mesmo), não temos muitas regalias. Mas parece que quanto maior é a dificuldade, o pessoal fica mais animado! Da próxima vez, só vou levar pão e água para alimentar esse povo... rsrsrs.
No canto direito do fundo do salão fica o Dahma, ou melhor, a barraca do nosso protagonista. Com seu colchão inflável, banheira de hidromassagem, sauna seca e a vapor e deck para avistar o por do sol na estonteante Ipiguá, Hunfrey e sua primeira-dama, Flávia Carvalho, aproveitaram momentos de indiscutível prazer em seus aposentos.
Ainda à direita, porém um pouco mais ao norte, podíamos avistar a Caic, bairro residencial onde estavam instaladas as barracas do diretor de fotografia e esposa, Leandro Marcondelli e Patrícia Fernandes, além da barraca do primeiro assistente de fotografia, Fernando “Macaco”. Apesar de desfrutarem de menos regalias, ainda puderam aproveitar o som ambiente e confortáveis lençóis de cetim.
Próximos ao setor de alimentação do QG, ficaram instalados a produtora Valquíria e os assistentes de fotografia Eduardo “Cabelo” e Rafael. Mais adeptos ao um estilo despojado, dormiram sobre colchonetes e edredons de pluma de ganso jamaicano. Um arraso!
Ao sul do salão, de fronte à Caic, estava localizada a Portelinha. Conhecida pelos casebres amontoados, a simpática favela abrigou essa diretora que vos fala e sua família, que dormiram em cobertores e edredons esticados no chão. Não estávamos lá muito confortáveis, porém posso garantir que a vista privilegiada das barracas vizinhas e o calor humano que trocamos em nosso amontoado de cobertas compensou qualquer desconforto!

Como nem só de cultura vive essa destemida equipe, para nossa alimentação providenciei marmitex de feijoada no almoço (para dar uma energia extra), refrigerantes, água, pão de forma com presunto e queijo no jantar, leite frio com chocolate e pão francês com manteiga no café da manhã e sequilhos. Também comprei umas 30 bananas, que o Macaco comeu quase todas. Devia ser umas três horas da madrugada e ele ainda tirava bananas da sua pochete. Normal, não é mesmo?
Estou brincando agora, mas a verdade é que só muito amor por esse projeto fez essas pessoinhas maravilhosas passarem por tudo isso! Daí, pode-se ter uma idéia da verdade que há nas palavras de todos eles quando dizem que o meu sonho agora é de todos da equipe!

Valeu, pessoal!
Ainda que eu não me torne uma cineasta, ainda que eu não faça mais nenhum filme, vou carregar essa experiência maravilhosa por toda minha vida! Vocês são incríveis!

Se alguém conseguir chegar ao final desse post imenso, fique com um beijo meu e mais fotos: dessa vez, os olhares são da Paty Fernandes.

Até a próxima!

Bia

P.S.: Ao anônimo que deixou um comentário sobre fotos dos atores, eles aparecem sim entre os integrantes da equipe. Entretanto, vou providenciar mais fotos deles. Só estamos segurando as fotos em que eles aparecerem caracterizados como seus personagens... só para criar um suspense... Você me entende, né?

1ªs gravações - Fotos de Patrícia Fernandes





























sexta-feira, 17 de julho de 2009

E lá vamos nós de novo!


E lá vamos nós de novo para mais um final de semana de gravações!

Dessa vez, o corre-corre foi menor (aleluia!), o que me parece bom. O Fernando andou bastante hoje, mas tudo dentro do previsto. Quer dizer, quase tudo... O ônibus que tínhamos arranjado furou, mas o Fer correu em Ipiguá e a prefeitura nos cedeu um outro. Aliás, Ipiguá foi uma escolha certeira... Recebemos muita ajuda do pessoal de lá.
Nem sei se já disse isso aqui, mas quase todos os livros de diretores de cinema que li diziam que quando se faz cinema tudo o que foi previsto dá errado. Achei engraçado quando li... Acontece, que eles não falaram só para serem engraçados. Dá errado mesmo, de verdade, sem sombra de dúvida. A parte boa é que eles também dizem que o errado acaba ficando certo, porque no improviso tudo acaba se ajeitando. Assim tem acontecido conosco. Conseguimos ajeitar tudo o que saiu do eixo até agora. E que os anjos digam amém para que permaneça assim! (Mas se puder não dar nada errado, euzinha agradeço).
Na quarta-feira tivemos uma reunião muuuuuiiiiito proveitosa. Marquei com o Hunfrey e o Leandro um pouco antes do horário marcado com todos para conversarmos sobre o que tínhamos feito e que rumo tomaríamos. Percebi que o Leandro estava inseguro sobre alguns pontos da história e isso me pareceu normal. Na verdade, eu até já esperava que acontecesse. A história que escrevi é complexa e não faço muita questão de explicar tudo, deixo pistas para que espectador tire suas próprias conclusões. Desde o começo das reuniões bati na tecla que deveríamos esclarecer todas as dúvidas, para que contássemos a mesma história. Só que o Leandro teve compromissos de trabalho e não pode comparecer. Na reunião de quarta esclarecemos tudo e fiquei muito feliz e tranqüila com o resultado.
Tudo bem que foi um risca-faca do caramba...rsrsrs.... (como ele mesmo disse). Mas acho fundamental ter alguém que discorde, que aponte para alguma coisa que não concorde. Se não for assim, como enxergaremos os erros? Desde o começo vi a dedicação do Leandro e, agora, mais do que nunca: ele brigou pela história, pela veracidade do nosso filme. Valeu!

Mas eu não poderia terminar esse post sem falar da primeira cena montada. Ficou lindamente arrasadora! Esses enormes adjetivos ainda são poucos para descrever. E olha que foi uma edição provisória, só para termos uma idéia do que foi realizado. Textura, figurino, interpretação... Ah! Só mesmo vendo para entender...

Hoje teremos fotos da Flavinha. Ela (e equipe) está arrasando no figurino e, entre uma troca de roupa e outra, deu show na captação de alguns momentos.

Beijos e até segunda!

Bia

P. S.: Dêem todos as mãos numa súplica para que São Pedro feche suas comportas... O céu já deve estar até desbotado de tanto que essa criatura o lavou! Chega de água, né?

1ªs gravações - Fotos de Flávia Carvalho

























































terça-feira, 14 de julho de 2009


Agora que passou o primeiro susto, posso falar mais tranquilamente sobre tudo. Ou pelo menos algumas coisas... rsrs... Tudo o que eu li desde que comecei a me interessar em produzir filmes (cerca de um ano e meio atrás) me deu uma base muito boa para trabalhar agora. É claro que ainda não tenho o olhar tão treinado quanto gostaria ou a percepção tão aguçada quanto é necessário. Mas os livros me ensinaram a trabalhar antes de filmar, a preparar o terreno para semear.
No primeiro encontro que tive com os atores pedi a eles que escrevessem um resumo da história, ou para dar o termo técnico da coisa, uma fábula. O objetivo era saber o que cada um pensava sobre o texto que tinha lido, descobrir se estávamos em sintonia ou o que exatamente precisaríamos acertar. As fábulas foram muito parecidas e isso foi bom. Sinal que a leitura e a conversa que tivemos durante uma reunião com toda equipe dias antes tinha surtido efeito.
Num segundo momento, falamos sobre cada personagem. O mais difícil de acertar foi o Genaro. E isso já era previsto, pois ele é o mais complexo da trama. Não é um personagem plano... Ele é cheio de nuances, de processos psicológicos que estão em desenvolvimento. Fora isso, na parte estética ele carrega dois agravantes (que não posso contar por motivos óbvios) que dificultam ainda mais a interpretação.
Hunfrey e eu tivemos longas conversas sobre o Genaro. Entre uma aula e outra na faculdade, um intervalo aqui outro ali, acertamos as arestas entre o que ambos queríamos para ele. Não tive mão de ferro com relação a isso. Eu quero o que for melhor para a história e, no início do processo de estudo do roteiro, ouvi e aceitei muitas idéias.
Amadurecemos o nosso Genaro. Nas cenas que gravamos até agora, meu amigo Hunfrey me mostrou que nosso trabalho rendeu bons frutos. Ele me mostrou o que eu queria ver no Genaro, não só nesse roteiro, mas na história original que escrevi há três anos.
O mesmo ocorreu com as meninas. A interpretação delas foi fantástica. Estou torcendo para sobrar um minuto no filme... Aí escrevo mais uma cena para elas! (Cena essa que está me perseguindo há tempos...).
Bem, uma outra escolha minha como diretora foi não ficar cortando cena a todo instante. Ator errou a fala, mas continuou no improviso? Vou deixar terminar. No final, eu digo que aquilo que saiu errado (caso o improviso não tenha funcionado) e faremos de novo. Acredito ser menos cansativo e estressante assim.
O Leandro me puxou a orelha no domingo, dizendo que eu estava preocupada com tudo, quando deveria estar focada no trabalho dos atores. Eu estou focada no trabalho deles sim, mas também estou de olho em tudo. Não sei ser diferente. Mesmo confiando no trabalho da equipe, me preocupo sim com todos. Acredito que isso influenciará o produto final que iremos produzir.
Talvez eu tenha um estilo meio Kubrick de ser (tô podendo, hein... rsrs). Adoro o trabalho dele e, assistindo um documentário sobre sua vida e trabalho no sábado enquanto esperávamos a chuva passar, vi muitas semelhanças com meu modo de pensar. Não que eu tenha o talento dele. Longe disso. Mas o jeito de pensar, a vontade de inovar, a preocupação com tudo que o filme envolve, a atenção com os membros da equipe, entre outras coisas, me fizeram pensar que talvez eu não esteja tão errada nas minhas escolhas. Aliás, estou confiando um pouquinho mais nelas a cada dia que passa.
Estou tratando cada cena como um curta. E esta é outra escolha minha. Cada uma tem começo meio e fim, com ponto de virada e tudo. Também acredito que isso facilite o trabalho. E sei exatamente o que quero ver em cada uma delas. Já passei esse filme na minha cabeça centenas de vezes, sei cada detalhe dele, cada expressão facial dos atores... É uma delícia ver isso virando realidade.
Neste primeiro final de semana, estive mais tensa durante a gravação... Foi o primeiro! Hoje sei um pouquinho mais do que sabia na sexta-feira passada... Tenho certeza de que na próxima segunda-feira terei um tiquinho a mais de conhecimento armazenado aqui nessa minha cabecinha maluca do que tenho hoje. E por aí vai. Só ralando muito a gente aprende...
Amanhã teremos uma reunião para decidir os detalhes sobre a próxima gravação. Além disso, também terei uma conversa com o Hunfrey e o Leandro, veremos as imagens captadas e analisarei se estão dentro daquilo que quero.
Não posso deixar de falar aqui do meu maridinho Fernando, que foi pau para toda obra (no bom sentido...rs) e trabalhou muito! Meu filhote Raul mostrou que apesar da pouco idade (ele tem 15 anos) já sabe trabalhar como gente grande... E a minha florzinha, Maria Clara, também pegou no batente! Reclamou um pouco, é verdade, mas se não reclamasse, não seria ela, não é mesmo??? rsrs.

E é isso. Vou contando um pouquinho mais a cada dia. Dêem uma olhada nas fotos que a Gianda, nossa super "claqueteira" fez nos minutos de folga. Imperdíveis! Amanhã coloco mais umas fotinhas, clicadas sob o olhar da Flavinha.

Beijão,

Bia
E mais emails do pessoal...
"Oieee pessoal! Desculpe a demora para escrever esse email... mas estou super contente com o trabalho que fizemos esse final de semana.Parabens a todosparabenssssssssss Bia!!!!!!! como mtos ja falaram..seu sonho também é nosso um otimo dia para todos vcs!!!"
Valquiria Menezes
Diretora de Platô
----
"Galera, peço desculpa pela minha ausência nos emails.. estou tentando me acostumar com essa nova vida corrida.. rs
Faço das palavras de todos, a minha.
Acrescento que esta sendo muito importante pra mim estar fazendo parte desse projeto, dessa equipe.
A realização de um sonho que, nos meus planos, pensava estar longe... o Cinema.
Um abraço a todos!"
Alexandre Bordon
Making Off
----
"Bom dia à todos, Como podem ver, estou um pouco atrasada nas impressões de um final de semana em Ipiguá. Isso porque, como disse a Flávia, fazer um filme é uma coisa que relaxa a gente. Relaxou tanto que faz dois dias que eu só durmo... rsrsrs... para recuperar as forças... (sem falar nos atrasos aqui no trabalho). Esta foi a primeira largada. Teve seus percalços, seus estresses, suas alegrias. Nos próximos finais de semana estaremos mais entrosados. Parabéns à todos que fizeram parte destre trabalho. Bianca: seu sonho ultrapassou as barreiras do imaginário ;) Um abraço àqueles que conviveram mais de perto com o meu mau humor: Daval, Valquíria e Karol."
Mayla Pinheiro
Produção
----
"Estamos todos de parabéns, foi um final de semana único e maravilhoso, já ficou na história, mais uma que vou poder contar para os meus netos!!! (Quem sabe um dia filmar?)
Nunca passei um frio tão produtivo e criativo...(rs) e junto com tantas pessoas ligadas na mesma energia, falando em energia...- Fernando, não esqueça de medir as tomadas...kkkk o guerreiro Fernando...Até guardião da Igreja ele foi, junto com o Rafa (valeu velho mais uma vez pela sua prestatividade, parabens!), teve um momento que fui ver como estavam os refletores fora da igreja, de madrugada, quando ví, não dava para perceber quem estava mais imóvel o tripé ou o Rafa de tanto frio segurando o refletor pra nao cair...kkkk, um exemplo de cumplicidade e espirito de equipe!!! Não só ele, todos estão de parabens, foi tudo melhor do que eu imaginava, todos se empenharam muito, foi muito legal ver pessoas realmente contribuindo em nome da arte, da sétima arte, espero que essa equipe esteja sempre unida com essa energia para produzirmos mais materiais, sermos reconhecidos como cineastas e realizarmos nosso sonho de começar produzir cinema com recursos.
Podem ter certeza, estamos criando uma nova linguagem cinematográfica, sem precisarmos recorrer aos grandes pólos, lógico, temos coisas a melhorar, mas com bastante trabalho conseguiremos cada vez mais apurar nossa técnica para expor nossa arte.

Helinho, as fotos ficaram loucas ein velho!!! Realmente estamos cercados de artistas!!! Lembrando tambem que as fotos da Pati ( minha companheira para todos os momentos), ficaram lindas, vou enviar pra todos, e a Gianda que alem de estar a todo momento atenta no continuísmo, ainda teve tempo de tirar fotos maravilhosas.

Queria agradecer a todos por estes momentos, únicos na nossa vida.

Ainda bem que esta apenas começando.

Parabéns a todos!!!
Abraço e até a proxima..."
Leandro Marcondelli
Diretor de Fotografia

1ªs gravações - Fotos de Gianda Oliveira




































































segunda-feira, 13 de julho de 2009

Diretora, eu????

Nunca penso muito para começar a escrever aqui, meus pensamentos fluem com alguma facilidade. Entretanto, hoje, no dia em que mais tenho a dizer, não consigo encontrar as palavras certas. Estou aqui parada diante da tela branca do Word, intimidada, titubeante... Como expressar minha gratidão à equipe, à minha família (que agora faz parte da equipe), aos atores, ao padre José, à população de Ipiguá? Não há palavras suficientes para isso... Um simples obrigada nunca será suficiente!
Hoje acordei temerosa. Enfim, começamos a filmar! E como é difícil encabeçar um trabalho desses! Ninguém que se mete a fazer um filme, sendo inexperiente como eu, tem noção do que vai enfrentar. E não adianta ler um monte de livros, assistir inúmeros making off e nem saber que tudo pode dar errado, mesmo a gente fazendo tudo certo antes. Na hora do vamos ver, a dimensão da coisa é infinitamente maior do que sonha nossa vã filosofia...
Eu deveria escrever um texto radiante, muitos vão pensar. Afinal, mesmo com alguns imprevistos (que todos sabíamos poderiam acontecer), deu tudo certo. Captamos imagens lindas, muito mais do que eu poderia imaginar. Acontece que senti o peso da minha responsabilidade quando coloquei os pés no set de filmagem. Ao ver os equipamentos montados, todos a postos, esperando um comando meu... Ah, confesso que tremi na base! Por um momento, pensei em desistir... Sair correndo mundo afora e nunca mais voltar. E que pasmem todos aqueles que me acham muito forte! Apesar disso, respirei fundo e pensei: “Agora que entrei na chuva, vou ter que me molhar”. E foi isso que fiz.
Minha sorte é que conto com profissionais e amigos maravilhosos. Leandro, Gianda e Valquíria estiveram ao meu lado o tempo todo. Não precisei me preocupar com a montagem dos sets, pois o Daval e as meninas deixaram tudo pronto. A Flavinha e a Mona cuidaram direitinho do figurino e da maquiagem. Atores, atores, atores... Passaram um frio danado e não deram um pio sequer! Os meninos da fotografia trabalharam feito gente grande, todos em sintonia com o Leandro. Ah, e por falar nele... O Leandro deu um show na fotografia...
São Pedro é que tentou fazer uma graça no sábado e fez despencar toda a água armazenada lá no céu. Chuva, vento, frio que não acabava mais... Até que eu me cansei de esperar e tive uma conversa séria com ele: “Escuta aqui, meu filho, você vai tirar o pé da minha janta ou não vai? Ipiguá por acaso tem cara de spa? Você tá achando que estamos aqui de férias???” Isso já devia ser umas seis da tarde. Parece que meu esporro deu certo, logo depois parou de chover. E no domingo abriu um sol esplendoroso!
Com muito frio e mofo expirando pelos poros, começamos a montar o circo por volta das 22 horas, quando a igreja foi liberada. Lá pela meia-noite iniciamos as filmagens.
E como é difícil! Estou acostumada a escrever, um trabalho bastante solitário, que só depende de mim. Dirigir, não. Eu dependo de todos para fazer um trabalho decente, nem vou dizer bom. Para fazer um bom trabalho ainda vou camelar muito. Tive medo e dúvidas. Ainda estou com medo e mais dúvidas ainda... Meu pobre coraçãozinho só vai sossegar quando terminarmos tudo, quando o filme estiver finalizado.
Mas uma coisa é certa. Posso até errar na direção, isso acontece. Mas os encontros que tive com os atores valeram muito e facilitaram meu trabalho. Todas as conversas que tivemos sobre os personagens esclareceram o ponto aonde eles deveriam chegar. Fiquei feliz com as atuações. Depois vou rever todas as imagens com o Leandro e decidir se precisaremos refazer ou acrescentar alguma coisa.
Estou com os nervos à flor da pele hoje. A ponto de desabar e chorar por horas a fio. Me sinto a vontade de dizer isso aqui, pois foi para contar erros, acertos, dúvidas, medos, alegrias que esse espaço foi criado. Junto com esse filme nascerá uma diretora de cinema. Esse é meu sincero desejo.
O que alegrou meu dia hoje foram os emails que recebi. Aqui, de público, deixou um beijo mais que especial para a Flávia e a Gianda, que me encheram de alegria e emoção com suas mensagens. O trabalho de vocês reflete as pessoas que vocês são. Muito mais que especiais.
Mas nem tudo foi ralação... Rimos bastante também. Erros de gravação, peruca de certo personagem (rsrsrs), cachorro comendo a isca escondido, menino-fumaça (meu filho Raul), Hunfrey imitando Michel Jackson na porta da igreja, Hunfrey que não desperdiçou nem a macarronada cenográfica (fria e sem tempero.. rs), etc, etc, etc.
No próximo final de semana tem mais. Neste, fizemos quatro cenas. Vou programar tudo para fazermos o que falta em Ipiguá e encerrar essa fase de gravação.
Abaixo, vou publicar alguns emails que recebi. Também vou colocar as fotos que o Hélio Tuzi fez durante as filmagens, diga-se de passagem, maravilhosas.

Um beijo,

Bia
P. S.: Torçam por mim!
-----
E aí vão os emails:
"Enfim ouvimos o "ação" da Bia e o "gravando" do Leandro...sem falar da "tomada 40" da "claqueteira" - heheheMas mais do que isso, foi bom ver o envolvimento de todos, as meninas do figurino e maquiagem, a produção sempre disposta e antenada, os detalhes do Daval - um simples vaso com flores vermelhas dão vida a uma cena linda dentro da igreja.Os meninos "pau pra toda obra" que montavam e desmontavam os equipamentos. Os atores dando o melhor de si. O Hunfrey e seu sotaque de Genaro - sem falar da cabeleira - hehehehe.Todo mundo abraçou a causa e acabava desempenhando outras funções pra ajudar, isso é estar em equipe.O Alexandre gravando tudo e o Helinho apareceu para registrar em belas fotos toda o nosso trabalho. Até São Pedro colaborou...Ahhhh, sem falar da ajuda importante do Raul, o menino fumaça... rsrsrsO que quero dizer é que apesar de estar sem voz e super cansada, o fim de semana foi delicioso. O seu sonho Bia, agora também é nosso. E ver tudo se transformando em realidade é realmente prazeroso.
Estamos fazendo cinema pessoal, e modéstia à parte, estamos nos saindo muito bem.
Parabéns pra todos.
Boa semana."
Gianda de Oliveira
Continuinista
-------
"Preciso dizer a todos : FAZER FILME É UMA COISA QUE RELAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAXA A GENTE ! rsrsrsrsrsrsrs Por alguns minutos eu queria não estar lá em Ipiguá . Que frio na barriga, que medo de não estar fazendo um bom trabalho, que medo de nao conseguir arrumar o pessoal, que medo das roupas não darem certo. Mas deu! A única coisa que consegui sentir esse final de semana foi angustia e um mau humor que só o Hunfrey com toda aquela paciência poderia suportar !Mas deu tudo certo. Agora estou aqui torcendo para que chegue logo o proximo final de semana. Bia a largada já foi dada, mesmo com todos os percalços, conseguimos o entrosamento necessário para que tudo desse certo. Parabéns pela seu esforço, e teimosia. E como é teimosa essa mulher, meu Deus ! Parabéns ao Leandro, que mais uma vez prova sua competência como fotografo, e colaborador dos projetos dessa galera que tem sede em transformar o cinema em realidade. Putz, não foi facil. E cada um que lá estava merece os parabéns por cada ação, cada ideia que faz dessa produção a realização do sonho não so da Bia mas de todos nós. Enfim, quero pedir desculpas a Carla, querida foi mau, mas vc conseguiu tirar o Gel do cabelo? rsrsrrss. Nos divertimos! E isso não tem preço! Parabéns a todos! Bia, o seu "AÇÃO" não se resume somente a uma ordem para gravar uma cena, é muito mais. É uma ação para vida, para a realização de um sonho. Então querida, que vc diga muitas vezes ação, assim como todos nós. Parabens querida !"
Flavia Carvalho
Figurinista
-----

"Bom dia a todos, e em primeiro lugar quero dizer que façam minhas as palavras da Gianda.
Ontem à noite quando ia pra casa fiquei pensando como algumas coisas acontecem de forma positiva, e principalmente de como tudo se encaixa para um trabalho em comum. Após fazer o que tinha que ser feito, ajudava em algumas outras coisas e ficava observando como as pessoas estavam interessadas e o que é melhor, como se empenhavam.
Quero dizer que todos se saíram muito bem, trabalharam duro, e fui testemunha. Todos sem exceção fizerem até mais do que se propuseram, e o trabalho rendeu, conseguimos deixar a diretora livre pra pensar, e pensou muito, rsrsrsr, e se saiu muito bem, teve coragem de carregar o fardo, que é sempre mais pesado pra quem dirige.
Algumas pessoas que estavam lá e até então só conhecia de conversas, no set ao trabalharem vi que chegaram aonde chegaram porque sao pessoas de uma imensa força e qualidades insuperáveis, pessoa humilde e de caráter, além de muito competente.
Mas cinema é isso, é união e trabalho em equipe, todos tiveram a sua parcela e fizeram muito, muito bem, todos foram humildes, outros fortes, outros rápidos, outros generosos, outros abdicaram de seus próprios interesses, mas todos foram impulsionados pela força da arte, e que pra quem não sabe, está em nós desde pequenos, por isso digo e penso sempre em cada nome que estará nos créditos deste que agora podemos chamar de filme, sim filme, pois já não esta mais no papel, está no mundo. E tenho que ser sincero, para não citar nomes, algumas pessoas me surpreenderam, se mostraram pessoas sem igual, com qualidades e muita disposição, não se preocupavam em recolher lixo, catar galho seco, alimentar cachorro, esperar à ordens dos outros, obedecer à ordens dos outros, marcar, apagar e remarcar o que tinha que ser feito, costurar, remendar, embelezar entre outras.
A toda minha equipe que saiu muito bem, o Cabelo, o Rafael 1, e acabaram me ajudando a Mayla e a Valquíria, que se não fosse elas, o almoço (do set) não teria saído, rsrsrsrs, entre outras coisas que também fizeram, e me ajudaram.
O Leandro, que trabalho em véi..., srrsrsrsrsrsr, ainda bem que ta no time...., rsrsrsrsrrs
Bom chega, é hora de trabalhar. rsrsrsrsrs. Imagino a cabeça da Bia hoje!!! rsrsrsr
Abraços a todos e vamos continuar."
Daval
Diretor de Arte
-----
"Eu ainda estou em estado de Choque!!!...rs.
Parabéns pra todo mundo - "Só os fortes sobrevivem"....rs."
Karolina Granchi
Produtora
-----
"É isso ai .. cinema axo q é iso né .. muita cansera .. muitas horas sem dormir .. muito frio seja na barriga ou no corpo todo rs.. mas ééé muita doidera .. é outro mundo fora da realidade !! hehe .. abs a todos . e até o proximo encontro !! ;)"
Eduardo "Cabelo"
Equipe de fotografia

1ªs gravações - Fotos de Hélio Tuzi